Os ataques cibernéticos tornaram-se cada vez mais frequentes no âmbito corporativo. Não são poucos os casos relacionados ao rompimento de sistemas de dados, roubo de senhas ou até mesmo malwares, propagados nas plataformas digitais. Os riscos às grandes corporações se estendem em escala global e fazem com que o mercado de seguros cibernéticos ganhe espaço.
Um relatório elaborado pela Aon, consultoria e corretora de seguros, apontou que as grandes corporações terão que tomar medidas específicas para se adaptar às novas regulamentações e prevenir para que os ataques não gerem prejuízos.
Em 2017, muitos casos de ciberataques foram parar na mídia, desde as tentativas de phishing, na qual os criminosos captam dados pessoais dos usuários por meio de plataformas falsas, até cryptoworms, desenvolvidos para ataques de ransomware, que se infiltravam em sistemas operacionais em escala global. Com isso, o estudo buscou estimular as empresas a ficarem mais atentas.
“A questão sobre os cibercrimes começou há dez anos nos Estados Unidos e propagou-se muito com o tempo. Conforme crescia o número de usuários na internet, verificou-se a necessidade de implantar as primeiras normas para proteger esse mercado”, salientou Mauricio Bandeira, gerente de produtos financeiros da consultoria no Brasil.
As organizações precisaram compreender e se integrar aos novos sistemas para proteger sua estrutura. “Por exemplo, se tivesse a sua base de dados invadida, a empresa teria que ter procedimentos para defender essas informações. Com a ‘internetização’, esses dados têm a mesma relevância de um documento. Esta é a importância das novas leis”, continuou Bandeira.
O produto evita, entre outras questões, que uma companhia tenha que notificar seus clientes a respeito de um ataque. “Em janeiro desse ano, uma empresa de e-commerce teve senhas vazadas e virou notícia. O Ministério Público solicitou que a empresa alertasse seus clientes do ocorrido, pois seus dados pessoais poderiam estar em risco. A entidade, se não tivesse o seguro, teria que notificar seus cadastrados via carta ou telefone, o que custaria muito dinheiro. O seguro cobre esse tipo de evento. Os procedimentos de regulamentação podem acelerar o crescimento desse modelo segurador”, reforça o gerente.
O avanço da Internet das Coisas (IoT) colaborou com a propagação de Negação de Serviço Distribuídos (DDoS), uma tentativa maliciosa de interromper o tráfego normal de um servidor, serviço ou rede, por meio da sobrecarga do alvo ou de sua infraestrutura, com uma inundação de tráfego de internet. “As empresas ainda não compreendem o que são essas ameaças. Estamos incentivando a contratação deste tipo de seguro”, afirmou o gerente sobre a motivação para o estudo.
Resultados do relatório reforçam que as empresas adotarão apólices de seguros específicas para o risco cibernético. O advento será decorrente do crescente ataque de hackers que assolam as plataformas da web. As novas leis agora não são mais particularidade dos Estados Unidos, sendo adotadas, também, na Europa, além de já terem tramitação no congresso brasileiro. O crescimento da autenticação multi-fator, verificação de login em duas etapas, deverá ser mais uma tendência do mercado.
Fonte: Maike Silva | Revista Apólice
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